Saturday, May 20, 2006

Amor

Uma querida amiga minha tem uma opinião muito... própria do amor. Sempre que falamos disto discutimos (no sentido positivo do termo) sempre. Eu apresento os meus argumentos contra os dela, mas confesso que cada vez mais é-me difícil argumentar. Ela acredita que o amor é uma merda. Que nos damos para sofrer, para sermos magoados. Que é uma ilusão idiota que serve apenas para nos aprisionar a um estado apático de sofrimento. Eu tento dizer gentilmente que isso é o resultado de uma relação menos boa que a magoou muito, que é impossível generalizar. Mas isso sou eu que sou um idiota romântico e lamechas. Sempre acreditei no amor como a nossa salvação ou pelo menos como a minha. Tanto amor carnal como espiritual, amor que se tem pela nossa família, amigos e aquele amor. Mas provei o sabor amargo do sangue que resulta das feridas provocada pelos espinhos do tão chamado amor. E devia ter-me enaltecido, devia ter-me tornado uma pessoa melhor. Não sei se o fez, isso é um pouco subjectivo de dizer principalmente por mim, mas também não é esse o objectivo do texto. Cada dia que passa mais me afundo nesse mar do amor, que se era a droga que me revitalizava agora é o cancro que me come a carne até aos ossos, apenas deixando uma pele cicatrizada. Provavelmente teriam a mesma resposta que eu tenho para a minha amiga, foi uma má experiência, não foi a pessoa certa, etc. E eu quero acreditar nisso. Quero e tento, mas nem sempre tenho forças para isso. E sem os receios que sempre tive durante toda a minha vida, receios e incertezas, apenas sei dos destroços em que o meu templo foi deixado pela passagem do amor. E da maneira como o tento consertar e encher, com outras pessoas, com outras coisas. E com sentimentos que eu não queria e que fiz tudo para não criar mas que eles foram plantados e cultivados em mim por esse... amor. E com o rancor e mágoa que auto-estabeleceram-se dentro de mim, novas velhas sensações são revividas pela primeira vez e a luta é constante. De tal maneira que amaldiçoo esse amor e os seus efeitos na minha vida.

“Porque eu sou o monstro que tu criaste...”

Wednesday, May 03, 2006

Ser criança.

Quem é que não gostava de voltar a ser criança?

Ter 5 anos e lambuzar a cara com algodão doce.
Ver filmes da Disney sem saber ainda o final.
Receber um beijo de boa-noite e sentir que nos aconchegam os lençóis.
Poder vestir todas as cores sem receio de troças.
Não ter de defender honras ou reputações.
Não saber que existem pessoas más.
Fazer colecção de pacotinhos de açúcar e bonecos.
Só chorar por não querer mais sopa.
Fazer birras quando nos apetece.
Jogar à cabra cega, ao lencinho e à macaca.
Espreitar para dentro dos caleidoscópios.
Recitar a conjugação do verbo "to be" vezes sem conta até saber de cor.
Dizer "ela são" e "eles é".
Ir para a praia com ancinhos e baldes.
Brincar com meninos e meninas da mesma maneira.
Gostar de si.

Eu gostava.