Sunday, July 16, 2006

Canção do Desalinhado

Simples. Alinhar pelas esquinas, pelos cantos da casa. O mundo é a minha casa. O caminho torna-se escuro por vezes, não que a luz diminua mas os meus olhos apenas se tornam cansados. Muito cansados, tal como a mente e o corpo. É normal. E a cada nova canção que surge tenho a necessidade de a mostrar a alguém mesmo que não seja a pessoa que quero realmente mostrar e é estranho. Não deveria ter essa vontade. É o que me desalinha. Deveria cantar a minha canção alto e bom som não porque é importante que me ouçam mas porque é importante que eu a cante. A canção em si é universal, unica e especial para cada um. Podem existir medleys mas o original vai sempre estar lá, não morre. Não pode morrer. Eu desfiz-me de um medley e custou... penso que custe sempre. Afinal os medleys reunem sempre o melhor de mundos e quando acabam sentimos que ficamos sem nenhum. E esquece-se a música original. E esse está lá sempre. Sempre esteve. Amarga, doce, triste, alegre... não interessa é a nossa. E por vezes é bom perdemos o medley. Para nos lembrarmos o quão especial a original é. Não por ser a melhor música do mundo mas a simplesmente por ser a nossa.

O refrão pode ser foleiro, a música pode ser básica, a voz desafinada, mas é a nossa música. Somos nós. E o não me interpretem mal, estou a falar no plural por todos vós que nos ouvem, por todos os membros deste simpático local. Todos temos coisas boas, todos temos coisas más. Mas o o que somos não se altera por alguém aparecer na nossa vida. Quer dizer isso pode acontecer e acontece frequentemente, mas... o original é sempre o original. É o que somos... e é isso que interessa, nao é...?

Ultimamente muito tenho ouvido dizer de que no final estamos sozinhos. E é verdade.
Ultimamente muito tenho dito de que no tenho um coração de pedra. E é provavelmente mentira.

Mas nada disto muda a minha canção e ninguém a vai mudar. Posso estar sozinho mas vou cantá-la. Posso ter perdido a capacidade de amar mas vou cantá-la.
É o que sou. Não interessam os adjectivos.

Apenas a melodia.

... não a conseguem ouvir...?

Thursday, July 13, 2006

Miss You Today

Hoje voltei a ler tudo o que escreveste. Já se passaram meses. Tinha tudo arquivado na memória do computador. (O que interessa?). Voltei a ler tudo, ou quase. Muitas das imagens já nem lá estavam. Eras apenas tu, o que sentias, o que te magoava, o quanto o amavas sem que ele te merecesse...Mas tu amava-lo, mesmo assim.
Tenho saudades de ti, hoje. Não apenas hoje mas em quase todos os outros dias. Fizeste-me sofrer sim. Não sei se foi mentira ou verdade mas o certo é que ficou marcado em mim. Nunca compreendi porquê, porquê eu, porquê aquilo. Porquê...depois de eu ter confiado tanto em ti. Depois de eu te ter tentado...acarinhar tanto.
Tanto tu como eu sonhávamos com um mundo irreal, que os outros condenavam, depreciavam.Das poucas vezes que estivemos lado a lado, falaste-me de ti. Dele. Do teu mundo. Do que sonhavas para ti.
Eu só queria ter-te dado a mão nas alturas certas mas de certa maneira, não era a minha que tu querias...havia outras. Outras que te tinham segurado mais vezes, as mesmas que te deixaram...ou fizeram... cair.
Não sei o que hei-de pensar. Se tudo aconteceu então não faz sentido sentir a tua falta desta maneira, como se alguma vez tivesses...feito parte de mim. Mas sim, sinto. Sinto que durante algum tempo, pouco tempo talvez, fomos iguais.
Agora somos meras sombras que nos evitamos, que procuramos de vez em quando sentirmo-nos mais perto...Mais perto do que já fomos?
Ou continuamos a ser?
Diz-me...ainda és assim? Ainda quererias a minha mão agora?
E...tornarias a afastar-te quando outras mãos se estendessem?
Diz-me...sinto a tua falta.